sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quantos tiros nos próprios pés são necessários para nos matar?

Outro dia, distraída, aguardando minha vez de pagar a conta no caixa de um "pub", em meio a uma moça querendo cortar a fila e alguns outros querendo chamar a atenção como podiam, levei um susto. Sem óculos, tentava enxergar o que dizia a mensagem da embalagem do cigarro... embora tenha me esforçado, não consegui, mas a imagem (esta que anexei), em segundos, deixou-me chocada por alguns minutos daquela noite, e de outros dias e noites, quando lembrava/lembro. A frase que veio à minha mente foi "como alguém ainda consegue fumar sabendo disso tudo?". Não é novidade para ninguém que o cigarro mata, mas senti pena daqueles que lutam para se livrar desta droga e também daqueles que até desistiram de tentar. Na hora me veio a ideia de uma mercearia que vendesse venenos de rato e, junto a eles, cigarros. Será que esta poderia ser mais uma tentativa de ajuda para a consciência daqueles que tentam, e daqueles que às vezes pensam em querer provar "um pouquinho" desse mundo triste da dependência? Soaria como humilhação ou alerta? Talvez, ambos...
Pensando nisso tudo, ocorreu-me vários outros "sustos"... Quantas são as vezes em que consumimos algo ou até mesmo agimos de certa maneira, CONSCIENTES de que aquilo nos será prejudicial? "Bem-vindo à vida". Estes somos nós. Às vezes somos capazes de loucuras como tal - cigarro, bebida (dentre outras drogas), vingança, intriga, orgulho... - apenas pensando em trocar nossa saúde (do corpo e da alma) por míseros minutos de ""prazer"". Vejo, nestas atitudes estrategicamente pensadas e tão sutilmente camufladas, uma maneira de nos matar aos poucos. Acostumamo-nos a ser suicidas, e isso me assusta, tem assustado cada vez mais.
Assim como não compramos algo sem saber o valor, penso que seria digno e justo com nós mesmos saber o "preço"de determinadas decisões que tomamos. Quem sabe procuraríamos ser mais carinhosos com esse instrumento onde habita nosso espírito; Ou, para aqueles que não acreditam - onde habita aquele músculo chamado coração, no qual estão todas as coisas que você sente, pessoas que abriga e sonhos que esconde.
Sinceramente, tenho medo do quanto ainda estamos dispostos a fazer por todas essas trocas descompensadas...

ps.: isso não é um discurso contra o cigarro, aos fumantes, nem nada do gênero. São apenas reflexões sobre a dificuldade que TODOS temos para enfrentar nossos vícios, sejam eles quais forem...