segunda-feira, 3 de junho de 2013

viaje sem malas.



Ontem assisti ao filme Tão forte e tão perto, dirigido por Stephen Daldry.
Não vou contar, nem ficar comentando a história, porque acho que "perde a magia", e também acho que, assim como os livros e demais obras artísticas, entrar em contato com as mesmas é uma relação muito íntima. Há quem goste de saber o que se passa, nos filmes e livros, antes. E, às vezes, dependendo do que se trata, eu sou assim. Mas, é inevitável o montante de frustrações que acumulei, ou de livros e filmes que relutei ou me recusei a entrar em contato depois de terem me bombardeado de opiniões a respeito... Satura. Perde o encanto. Portanto, não quero ser responsável por animar ou desestimular ninguém. Quem se sentir "chamado", fica o convite.

Como a breve sinopse fornece, o filme aborda a história de um menino - Oskar - que perdeu o pai no fatídico 11 de setembro de 2001. A relação de ambos era muito envolvente e, basicamente, o filme retrata o sentimento de perda em seus menores e maiores sentidos a partir, principalmente, da visão de Oskar.
Do início ao fim do filme, cheguei a perder a conta de quantas foram as vezes em que se formou aquele nó na garganta; de quantas foram as vezes em que chorei e respirei fundo. Lá pelas tantas, pensei "por que procurei esse tipo de filme? Eu gosto disso?". Não, não gosto da tristeza, das desgraças. E, embora eu reconheça a importância delas na dinâmica que nos equilibra na vida, não vou à locadora pensando "hoje estou disposta a assistir uma tragédia". Sinceramente, acho que nunca estou disposta a isso. Há dias em que nossas tragédias pessoais se bastam.
No entanto, encontrei uma resposta para mim mesma: Eu gosto de qualquer coisa que me deixe à flor da pele, que me ensine, que dê uma chacoalhada nas banalidades acumuladas do meu dia-a-dia. O filme não contou um fato que eu não conhecia, mas me mostrou outros lados da fragilidade humana, outros modos infinitamente maiores de se dizer "eu te amo" sem precisar dizê-lo.

Recomendo a visita ao vasto campo dos sentimentos velhos que tanto se renovam e nos re-significam diante da vida.
A dica é: Deixe as malas de lado, e baste-se em sua bagagem interior. E, então, aos que se permitirem: boa viagem!