terça-feira, 29 de janeiro de 2013

2013. Platão, você esteve aqui?



num mundo onde há pessoas que matam por dinheiro, onde há pessoas que matam pessoas; num mundo onde furam filas, subornam, e onde não toleram a música alta do vizinho em uma comemoração especial... num mundo onde há pessoas que pagam fortunas por pratos exóticos de comida enquanto outras sequer podem comer pão com as mãos limpas; num mundo onde a diversão fica acima da segurança, onde ver o colega drogado é engraçado, onde ver alguém se tornar alcoólatra silenciosamente significa ter história pra contar; num mundo onde procura-se corpos antes de personalidades, onde o carnaval (quase predominante?) é o feriado no qual tudo pode ser feito sem culpa (lê-se: sem responsabilidade) porque "ah, é carnaval, pô!"... num mundo onde... onde o "mito da caverna" de Platão é só um mito (?).

Mi(n)to.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Eu não conheço a humanidade...



Semana passada, enquanto eu pedalava pelas ruas de minha cidade, um cachorro avançou - começou a latir, rosnar em minhas canelas. Eu, com medo, mas tentando manter a calma, diminuí a velocidade sem descer da bicicleta. Em "vão", apelei mentalmente dizendo "São Lázaro! São Lázaro!" (que contava, meu avô, ser o santo 'dos cachorros' ou dos animais... não sei ao certo, perdão). Atravessei a pista para ver se o cachorro "mudava de ideia", mas não teve jeito... ele atravessou comigo, insistindo naquela tortura. O homem que ali via tudo, atravessou a pista pouco antes de mim e tentou chispar o pobre cão para ajudar a pobre moça. Não adiantou. Mais adiante, a moça da moto estacionada, que estava de saída, fez o mesmo e chispou o cachorro: shhhhhhhh!
Aproveitei o pouco tempo de dúvida do cachorro e, rindo, e sem olhar para trás, continuei meu passeio. 

Que situaçãozinha, não? Sempre que o cão não morde, é cômico... e é o que sobra no final - riso.
De qualquer forma, nem sei dizer há quanto tempo isso não acontecia comigo. De verdade!
E então, hoje, lembrando desse medo que eu não sentia há tempos, pensei: não é bizarro vivermos em um mundo organizado por nós mesmos e, ainda assim, sermos nosso próprio inimigo? Acho ridículo ter medo de passar no bairro X, ter medo de dormir com a janela aberta, ter medo de deixar minha bolsa no banco enquanto vou beber água, ter medo de levar o celular no bolso em shows, ter medo de... Não é ridículo e (não deveria ser inadmissível?) ter medo dessas coisas tão naturais, simples e até tolas?
É uma pena a humanidade ter evoluído (?) tanto...
O cachorro que me perseguiu fez o que é de sua natureza... no seu nariz de cão, farejou alguma coisa que não gostou ou sei lá o que.
E o homem? É... talvez o homem esteja insistindo em sua natureza também, aquela da ordem primata. Mas, peraí... Parece-me que caçavam animais de espécies diferentes da sua, não é?

Pronto! Então, é isso! Graças a Deus, eu conheço pessoas humanas. E isso faz uma diferença gigante na minha vida. Mas, lamentavelmente, eu não conheço a humanidade... 
Meus medos me transformam numa presa que teme (mas ri de) um cachorro bravo, enquanto teme e se esconde do homem "bom", "civilizado"...