quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Eu não conheço a humanidade...



Semana passada, enquanto eu pedalava pelas ruas de minha cidade, um cachorro avançou - começou a latir, rosnar em minhas canelas. Eu, com medo, mas tentando manter a calma, diminuí a velocidade sem descer da bicicleta. Em "vão", apelei mentalmente dizendo "São Lázaro! São Lázaro!" (que contava, meu avô, ser o santo 'dos cachorros' ou dos animais... não sei ao certo, perdão). Atravessei a pista para ver se o cachorro "mudava de ideia", mas não teve jeito... ele atravessou comigo, insistindo naquela tortura. O homem que ali via tudo, atravessou a pista pouco antes de mim e tentou chispar o pobre cão para ajudar a pobre moça. Não adiantou. Mais adiante, a moça da moto estacionada, que estava de saída, fez o mesmo e chispou o cachorro: shhhhhhhh!
Aproveitei o pouco tempo de dúvida do cachorro e, rindo, e sem olhar para trás, continuei meu passeio. 

Que situaçãozinha, não? Sempre que o cão não morde, é cômico... e é o que sobra no final - riso.
De qualquer forma, nem sei dizer há quanto tempo isso não acontecia comigo. De verdade!
E então, hoje, lembrando desse medo que eu não sentia há tempos, pensei: não é bizarro vivermos em um mundo organizado por nós mesmos e, ainda assim, sermos nosso próprio inimigo? Acho ridículo ter medo de passar no bairro X, ter medo de dormir com a janela aberta, ter medo de deixar minha bolsa no banco enquanto vou beber água, ter medo de levar o celular no bolso em shows, ter medo de... Não é ridículo e (não deveria ser inadmissível?) ter medo dessas coisas tão naturais, simples e até tolas?
É uma pena a humanidade ter evoluído (?) tanto...
O cachorro que me perseguiu fez o que é de sua natureza... no seu nariz de cão, farejou alguma coisa que não gostou ou sei lá o que.
E o homem? É... talvez o homem esteja insistindo em sua natureza também, aquela da ordem primata. Mas, peraí... Parece-me que caçavam animais de espécies diferentes da sua, não é?

Pronto! Então, é isso! Graças a Deus, eu conheço pessoas humanas. E isso faz uma diferença gigante na minha vida. Mas, lamentavelmente, eu não conheço a humanidade... 
Meus medos me transformam numa presa que teme (mas ri de) um cachorro bravo, enquanto teme e se esconde do homem "bom", "civilizado"...


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