domingo, 2 de fevereiro de 2014

Oi, tudo bem?


"Oi, tudo bem?"

(como é horrível ser atriz quando tudo vai mal) Abro um sorriso, e respondo:

"Tudo, e você?"

"Tudo bem, também"

(será que el@ tá bem, mesmo? Parece estar. Mas, foi encenação ou verdade? ...E eu? Escondi devidamente a minha tristeza, meus medos e minhas dores?)

Do passar das horas, das entregas que não queremos fazer por aí...
Eu sempre pensei que meus sentimentos não são do tipo "fast food" - não estão aí, sempre à pronta entrega ao primeiro que ligar. Há dias que me pedem para ser calabresa com muita cebola, mas eu só quero ser mussarela, com uma pitadinha de orégano por cima, e olhe lá!
Não estou vivendo o que não sou, mas estou me poupando de desabar publicamente. Gosto de dar chances a mim mesma, às tantas oportunidades de sorrir (apesar do caos) que estão à minha volta. Gosto de esquecer que estou triste.
Inicialmente, eu dizia como é horrível "ser atriz". Será tão horrível? Faz parte. Acho legítimo isso de conseguir sorrir, chorando por dentro. Além das defesas, algo "ali dentro" vibra e nos mostra fagulhas de luz. Novos enredos, mesmices singulares, deliciosas maneiras de se renovar. (ou não... mas toda tentativa vale!)
Eu me rendo à mim mesma. Viver a mesma coisa em dias diferentes muda tudo. Aproveito e faço bom uso. Vou chorar e ouvir meus vazios quando me deitar. Vou desabafar outro dia, num ombro que talvez tenha percebido meu vacilo no "tudo bem (uma ova!)".
Não! Não estou à espera de um flagra. Isso é chato demais. Estou, apenas, permitindo viver minhas fraquezas no tempo que me resta comigo mesma, tentando descobrir as origens de tudo.
É difícil falar quando nem mesmo sabemos por onde começar, quando nem mesmo sabemos quando começou.
A parte boa, em mim, é isso: saboreio minha tristeza. Acompanho meus silêncios, minhas fugas, meus gritos, minhas buscas, meus limites.
Recomeço, reconheço.

Às vezes, dá pra ser meia mussarela/meia calabresa... e depois a gente vê o que faz com as sobras - se guarda na geladeira, ou leva pra mais uma viagem.

"Oi, tudo bem?"

"(não tá) tudo bem (mas, logo vai ficar...)"


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